Claudine Haas teve a vida fortemente marcada pela Segunda
Guerra Mundial, onde seu pai, homem judeu divorciado de sua mãe, foi enviado
para um campo de concentração e veio a falecer. Dessa forma, Claudine passou
por vários países com sua mãe em busca de segurança e paz, até chegar aos
Estados Unidos, onde casou e ficou por um tempo. Após se divorciar, Claudine
vem ao Brasil e se tornou Claudia Andujar, adotando de forma definitiva o sobrenome
de seu ex-marido.
A mudança de nome, que tinha por objetivo marcar um
recomeço, um início de uma nova história, realmente o fez. Aqui no Brasil, Claudia
entrou em contato com a fotografia e logo mergulhou no mundo da arte. Em 1971, após conhececer outros povos indígenas, ela encontra os Yanomami:
protagonistas de uma de suas obras mais extensas. Claudia formou uma coletânea de
aproximadamente 200 fotos que retratam de forma íntima e crua quem eles são, capturando seu cotidiano, costumes e rituais. Além das fotos, é possível encontrar documentos e livros que retratam a
trajetória dos Yanomami.
Claudia Andujar, com sua influência e vontade de ajudar, dedicou
grande parte da sua vida a luta pelos direitos dos Yanomami. Ela ajudou na
criação da atual Comissão Pró-Yanomami, órgão vital para a saúde e voz dessa
população. O povo indígena é constantemente (e no momento atual, mais ainda)
negligenciado, desrespeitado e roubado pelo Estado, instituição maior que
deveria reconhecer sua importância e seus direitos. Se tornaram "cidadãos" de um país de forma forçada, onde uma civilização branca os empurrou para o lado e se assentou em sua terra, seu próprio corpo. Criaram uma nação em cima de sangue, genocídio, indiferença e dor. Vemos, assim, uma cultura
tão rica e necessária ser vagarosamente apagada. Esses são os involuntários da
pátria.
Alunas: Beatriz de Paula, Arielly Albuquerque e Jacklyn Rocha