quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Involuntários da Pátria


Claudine Haas teve a vida fortemente marcada pela Segunda Guerra Mundial, onde seu pai, homem judeu divorciado de sua mãe, foi enviado para um campo de concentração e veio a falecer. Dessa forma, Claudine passou por vários países com sua mãe em busca de segurança e paz, até chegar aos Estados Unidos, onde casou e ficou por um tempo. Após se divorciar, Claudine vem ao Brasil e se tornou Claudia Andujar, adotando de forma definitiva o sobrenome de seu ex-marido.

A mudança de nome, que tinha por objetivo marcar um recomeço, um início de uma nova história, realmente o fez. Aqui no Brasil, Claudia entrou em contato com a fotografia e logo mergulhou no mundo da arte. Em 1971, após conhececer outros povos indígenas, ela encontra os Yanomami: protagonistas de uma de suas obras mais extensas. Claudia formou uma coletânea de aproximadamente 200 fotos que retratam de forma íntima e crua quem eles são, capturando seu cotidiano, costumes e rituais. Além das fotos, é possível encontrar documentos e livros que retratam a trajetória dos Yanomami.



Claudia Andujar, com sua influência e vontade de ajudar, dedicou grande parte da sua vida a luta pelos direitos dos Yanomami. Ela ajudou na criação da atual Comissão Pró-Yanomami, órgão vital para a saúde e voz dessa população. O povo indígena é constantemente (e no momento atual, mais ainda) negligenciado, desrespeitado e roubado pelo Estado, instituição maior que deveria reconhecer sua importância e seus direitos. Se tornaram "cidadãos" de um país de forma forçada, onde uma civilização branca os empurrou para o lado e se assentou em sua terra, seu próprio corpo. Criaram uma nação em cima de sangue, genocídio, indiferença e dor. Vemos, assim, uma cultura tão rica e necessária ser vagarosamente apagada. Esses são os involuntários da pátria.


Alunas: Beatriz de Paula, Arielly Albuquerque e Jacklyn Rocha

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