quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Rituais

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Claudia Andujar, nascida em 1931 na Suíça, é uma fotografa brasileira naturalizada e também ativista ligada a defesa da tribo indígena chamada Yanomami. Um acontecimento importante em sua vida, foi sua fuga durante a Segunda Guerra Mundial. Ela emigrou para os Estados Unidos da América e iniciou seu interesse pela arte, no caso pela pintura, enquanto estava em Nova York e trabalhava como guia para a ONU (Organização das Nações Unidas). Após isso, Andujar veio ao Brasil reencontrar sua mãe e acabou estabelecendo laços com a fotografia, iniciando assim em solo brasileiro sua carreira, mesmo sem falar português.
Em seu currículo é possível notar diversas colaborações com revistas internacionais e também sua participação em várias exposições tanto nacionais quanto internacionais. Sendo possível destacar que em 2018 ela recebeu um prêmio do governo Alemão, a Medalha Goethe.

A foto retrata um índio yanonami sob o efeito do alucinógeno yãkoana, uma substância ritualística em pó feito com cascas de árvore secas e pulverizadas. Embora a imagem possa causar um pouco de choque à primeira vista, o ritual é um momento essencial para a vivência desses índios, pois faz parte de sua conexão com o mundo espiritual. Para eles, toda criatura da natureza, a montanha, pedra, árvore, tem um espírito. E estes espíritos por vezes podem ser malevolentes. Através do ritual, os xamãs da tribo controlam esses espíritos e evitam más repercussões para a tribo, como infertilidade ou doenças.

A exposição deste trabalho que foi cultivado por muitos anos é feita pelo IMS ( Instituto Moreira Sales ). É um apanhado de fotografias desde 1971, época da chegada de Claudia Andujar na região na qual vive a tribo Yanomami. Segundo Thyago Nogueira, um dos curadores da exposição, explicita que tenta fazer uma síntese para captar a impressão da artista como fotógrafa e mulher que entra no meio da amazônia, querendo expor sua coragem e sua curiosidade. Em torno de 40 mil fotos, houve uma seleção nada fácil, uma vez que Claudia Andujar não consegue separar essa arte captada do seu ativismo. O foco da exposição, desta forma, é a relação da artista com a tribo.

Por: Anna Clara Toledo, Letícia Ribeiro, Maria Luisa Mello, Paula Cardeal, Thycianne Sant'ana

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