quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Tudo flui


Luiz Baltar trabalha como fotógrafo documentarista e desenvolve projetos autorais no campo da arte contemporânea. Carioca e morador do subúrbio da zona Norte do Rio de Janeiro, acredita na fotografia como forma de expressão ativista e crítica, busca estabelecer um diálogo entre fotografia e questões sociais, sobretudo no que diz respeito ao olhar sobre a cidade.

Seu trabalho destaca-se quando começa a documentar seu caminho de casa para o trabalho, com o celular, diariamente dentro do ônibus. Várias fotos de vários mesmos lugares, de diferentes ângulos, com passantes e veículos. Baltar então seleciona imagens de uma mesma parte do trajeto e faz com que sejam compiladas numa única imagem, esta sendo panorâmica e sem a preocupação de refazer de forma literal o local por onde passou.
Surge a série FLUXOS. Ela incorpora repetições e cria espaços em preto e branco. Abre janelas para espaços e tempos alternativos sem perder as principais referências da cidade. A paisagem vista por quem transita nas vias expressas é redesenhada através do ritmo cotidiano de muitos cariocas, e da visão do artista.
 O movimento pode ser pacífico.

O tempo leva as partes que nos faltam.

Segue o fluxo ou o fluxo me segue?

Baltar faz de sua arte um movimento em que o pensar e o sentir se integram no olhar, deslocando nossos sentidos e nossas experiências. Instiga um novo modo de olhar a cidade onde cada existência humana é única e singular ao mesmo tempo em que é plural e coletiva.
A obra nos chamou atenção principalmente pela ligação com a nossa realidade. Nessa contemporaneidade acelerada tudo parece estar em eterno movimento caótico e como parece ser difícil separarmos um tempo calmo para conosco. Mas é ponto de vista, o movimento pode ser pacífico, assim como o oceano. Tudo flui, tudo devém. O humano e o urbano se misturam.

Por: Arielly Albuquerque, Beatriz de Paula e Jacklyn

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