quarta-feira, 13 de novembro de 2019

A Separação Índio e Natureza




    No dia 30 de outubro, o nosso grupo de Comunicação Social foi convidado para grande exposição “A Luta Yanomami” no Instituto Moreira Salles, onde tivemos a oportunidade de conhecer inúmeros trabalhos fotográficos da artista Claudia Andujar. Durante a exposição tivemos a oportunidade de compreender melhor a atual situação dos índios no país, que vivem em constantes ataques não só por madeireiros, mas também pela agropecuária e política brasileira que vem diminuindo cada vez mais seus espaços de habitação. Além disso, através das fotografias da autora e o texto trabalhado nas aulas de Comunicação e Artes, contemplamos o cotidiano indígena e a importância da manutenção da cultura desses povos
Claudia Andujar nasceu na Suíça, em 1931, e em seguida mudou-se para Oradea, na fronteira entre a Romênia e a Hungria, onde vivia sua família paterna, de origem judaica. Em 1944, com a perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial, fugiu com a mãe para a Suíça, e depois emigrou para os Estados Unidos, onde foi morar com um tio. Em 1955, veio ao Brasil para reencontrar a mãe, e decidiu estabelecer-se no país, onde deu início à carreira de fotógrafa. Sem falar português, Claudia transformou a fotografia em instrumento de trabalho e de contato com o país, assim, ela iniciou sua trajetória na qual retrata a vida indígena; é importante frisar que a artista é ativista em prol da defesa dos direitos indígenas, dentre eles: o respeito a demarcação de terras.
A partir da leitura do texto “Os Involuntários da Pátria” e da visita à exposição supracitada, o grupo tomou a decisão de  explorar  a questão da infância na cultura indígena e a cristianização dos mesmos pelo indivíduo branco (fica estabelecido que o assunto será abordado por estudantes da Graduação de Comunicação Social, sendo então parcial e aberto a contestação). Como dito no texto “Os Involuntários da Pátria”:
“O estado brasileiro e seus ideológicos sempre apostaram que os índios iriam desaparecer, e quanto mais rapidamente melhor;(...) Não que fosse preciso sempre exterminá-los de fisicamente para isso, mas era preciso de qualquer jeito desindianizá-los, transformá-los em “trabalhadores nacionais”, cristianizá-los, “vesti-los” (...). Mas, acima de tudo, cortar a relação deles com a terra.”
VIVEIROS, Castro. Os Involuntários da Pátria. Aula Pública na Cinelândia.2016



É notório a partir da foto acima, que compõe a exposição “A luta Yanomami”, o espaço de desenvolvimento de uma criança indígena. Existe algo errado com esse espaço ou está criança? Não. Infelizmente, para o homem branco o espaço dessa cultura e a própria como um todo não são ideais - especialmente para crianças-, sendo assim, esta se encontra fadada à interferências externas que insistem em alterá-la em nome de uma “cultura superior” ; este é o pensamento da Ministra da mulher, dos Direitos Humanos e da Família, Damares Alves, que adotou ilegalmente uma menina de 6 anos da aldeia Kamayurá.A revista  ÉPOCA foi ao Xingu ouvir dos kamayurás a história da menina que foi criada pela avó paterna, Tanumakaru, uma senhora de pele craquelada, cega de um olho. Eles afirmam que Damares levou a menina irregularmente da tribo. A assessoria de Damares, no entanto, afirma que a ministra conheceu a menina em brasília não relatando como foi o ocorrido.
O caso supracitado divide opiniões, alguns acreditam que foi melhor para a menina ser criada na “civilização”. Todavia, o grupo compartilha de uma opinião contrária e acredita que a criança nunca deveria ter sido separada de sua família; Para o grupo, a atitude da ministra seria uma versão moderna da missão jesuíta, - na qual se tentava converter os índios a religião católica para torná-los civilizados e lhes salvar à alma- interferindo diretamente na cultura dessa criança e em seus costumes; que teriam o direito de ser respeitados e garantidos, especialmente por uma representante do Estado brasileiro, todavia, como o texto “Involuntários da Pátria” nos elucida, este nunca fez questão de sequer zelar pela existência dos índios, quanto menos pela sua cultura.



Autores: Larissa Santos, Rafaela Bellini, Victor Ventura e Ingrid Vieira.


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