segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Reféns do Sistema


     Já na quarta-feira dia 04/09, fomos à exposição “... às contas” de Sonia Andrade, a qual é uma exposição inédita encontrada no Museu de Arte Moderna (MAM), que contou com a curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes. A visita, inclusive, contou com a presença do curador Fernando Cocchiarale.
     A obra consiste em contas guardadas desde 1968 até 2018 (50 anos) de serviços básicos como água, luz, gás e telefone, divididas e espalhadas em 9 colunas pelo salão. Ao nos aproximarmos das colunas de contas, podemos perceber que as mesmas estavam divididas separadamente por serviços e presas por correntes, tal como correntes para trancar portões e amarrar bicicletas. Assim, diante dessa configuração, ficamos reflexivos acerca do real significado para tal, afinal, poderiam estar presas por fios transparentes comuns ou qualquer estrutura que não fosse tão perceptível.
Fotografia da obra de Sônia Andrade presente no MAM (Museu de Arte Moderna).
     Dessa forma, concluímos que o fato de estarem presas por correntes, nos remete a percepção de que estamos  e estaremos sempre presos a esses serviços, a essas contas, afinal, são serviços básicos, sem eles, a sobrevivência não seria possível. Porém, nossa prisão, nossas correntes estão além de serviços como estes. Nós estamos acorrentados a todo um sistema que nos torna refém, a superestrutura do capitalismo em que o consumo é essencial e é a alma deste modelo econômico, ou seja, nossas correntes vão muito além de serviços até mesmo básicos para a sobrevivência, elas nos prendem em um âmbito econômico, político e social. Com base nesta reflexão, naturalmente seguimos a uma segunda, introduzida até mesmo pelo curador Fernando Cocchiarale, em que exposição traz a tona que nós, literalmente, pagamos para viver.

Por: Breno Freitas, Esther Mesquita, Juliana Castelpoggi, Julya Monteiro e Luísa Machado

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