quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Todo e qualquer lugar


     Antonio Manuel Lima Dias, ou apenas Antonio Dias, foi um renomado artista plástico e multimídia paraibano nascido em 1944. Tendo como plano de fundo de sua infância sua terra natal, Campina Grande, aprende, ainda menino, a desenhar com seu avô. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1958 e tem sua primeira exposição individual em 1962. A partir daí, Antonio Dias roda o mundo com sua arte, passando por Alemanha, Áustria, Estados Unidos, Itália, Sérvia, Nepal e Holanda.


       Na visita do grupo ao MAR (Museu de Arte do Rio), no dia 21 de agosto, encontramos uma de suas várias e incríveis obras: “Anywhere Is My Land”. “Qualquer Lugar É Minha Terra”, em português, é uma pintura de 1968, criada com acrílico sobre tela e mostra um céu estrelado recortado por finas linhas brancas.
       A obra nos saltou aos olhos por, apesar de simples, ser extremamente autêntica. O céu, o espaço, as estrelas e astros não respeitam territórios, fronteiras ou divisas. Estão, necessariamente, em todos os lugares e todos os lugares estão neles. A onipresença e grandeza do céu nos preenche e suscita a ideia maior de união, nexo de todas as coisas.


       A pintura, sob nosso viés, se conecta tanto com a escolha do título, quanto com a história do artista. O título “Anywhere Is My Land” faz paralelo com o fato de Dias ter morado em vários países durante sua vida. O simbolismo presente na obra representa muito sobre seu criador, porque muito de seus trabalhos incluem títulos e palavras inscritas. Esses elementos podem não explicar nem explicitar nada, mas apenas sugerem algo representacional. A obra ganha sentido com a experiência do admirador.
       Para um homem que morou em diversos países, como Antonio Dias, pode significar o mundo sob um só céu, independente de onde ele estivesse. Já para um navegador na época do colonialismo, pode significar um mapa para achar o destino. No nosso contexto, pode ser interpretado como a era da globalização e o céu como elemento global. É isso que faz a obra tão rica, a resistência e o poder de se resignificar em diversos contextos.


Por: Beatriz de Paula, Arielly Albuquerque e Jacklyn Rocha

Bibliografia:
1.  https://pinacoteca.org.br/programacao/antonio-dias-anywhere-is-my-land/
2.  https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa45/antonio-dias
3.  https://frieze.com/article/remembering-fragile-unity-brazilian-artist-antonio-dias-1944-2018

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