Antonio Manuel Lima Dias, ou apenas Antonio Dias, foi um renomado
artista plástico e multimídia paraibano nascido em 1944. Tendo como plano de
fundo de sua infância sua terra natal, Campina Grande, aprende, ainda menino, a
desenhar com seu avô. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1958 e tem sua primeira
exposição individual em 1962. A partir daí, Antonio Dias roda o mundo com sua
arte, passando por Alemanha, Áustria, Estados Unidos, Itália, Sérvia, Nepal e
Holanda.
Na visita do
grupo ao MAR (Museu de Arte do Rio), no dia 21 de agosto, encontramos uma de
suas várias e incríveis obras: “Anywhere Is My Land”. “Qualquer Lugar É Minha
Terra”, em português, é uma pintura de 1968, criada com acrílico sobre tela e
mostra um céu estrelado recortado por finas linhas brancas.
A obra nos
saltou aos olhos por, apesar de simples, ser extremamente autêntica. O céu, o
espaço, as estrelas e astros não respeitam territórios, fronteiras ou divisas.
Estão, necessariamente, em todos os lugares e todos os lugares estão neles. A
onipresença e grandeza do céu nos preenche e suscita a ideia maior de união,
nexo de todas as coisas.
A pintura, sob nosso viés,
se conecta tanto com a escolha do título, quanto com a história do artista. O
título “Anywhere Is My Land” faz paralelo com o fato de Dias ter morado em
vários países durante sua vida. O simbolismo presente na obra representa muito
sobre seu criador, porque muito de seus trabalhos incluem títulos e palavras
inscritas. Esses elementos podem não explicar nem explicitar nada, mas apenas
sugerem algo representacional. A obra ganha sentido com a experiência do
admirador.
Para um homem que morou em
diversos países, como Antonio Dias, pode significar o mundo sob um só céu,
independente de onde ele estivesse. Já para um navegador na época do
colonialismo, pode significar um mapa para achar o destino. No nosso contexto,
pode ser interpretado como a era da globalização e o céu como elemento global.
É isso que faz a obra tão rica, a resistência e o poder de se resignificar em
diversos contextos.
Por: Beatriz de Paula, Arielly Albuquerque e Jacklyn
Rocha
Bibliografia:
1. https://pinacoteca.org.br/programacao/antonio-dias-anywhere-is-my-land/
2. https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa45/antonio-dias
3. https://frieze.com/article/remembering-fragile-unity-brazilian-artist-antonio-dias-1944-2018
Nenhum comentário
Postar um comentário