terça-feira, 10 de setembro de 2019

Cotidiano carioca

   No dia 28 de Agosto, nós visitamos o Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, localizado no Centro da cidade. Neste museu tivemos acesso ao trabalho do fotógrafo Luiz Baltar, chamado de Fluxos. Após uma boa conversa com o autor, pudemos entender um pouco melhor do que se tratava sua obra. Sendo ele natural da zona norte, subúrbio do Rio de Janeiro, esteve preocupado em retratar, não apenas pelo ponto de vista estético, a realidade dos locais da cidade maravilhosa que não são expostos em cartões postais, ou visitados por turistas.


   Um fator que chamou muito a atenção do nosso grupo foi a forma como a fotos foram tiradas. O fotógrafo buscou captar imagens dos lugares por onde ele passava a caminho de seu trabalho, de dentro do ônibus ou da van. Outro ponto que chama a atenção é o formato panorâmico e a sobreposição de imagens, que além de dar uma dinamicidade e impressão de movimento, não busca retratar os locais de maneira literal.
   Através do contraste entre o preto e o branco, as fotos ganharam mais significado e as marcas da realidade mais esquecida da cidade foram realçadas. Muito se fala do que, esteticamente falando, é mais bonito, como Pão de Açúcar e a praia de Copacabana, mas poucas são as representações da realidade cotidiana da maioria dos cariocas, inclusive, da realidade de muitos de nós que estudamos na Escola de Comunicação. Todos os dias pegamos trem, metrô, ônibus, contemplamos as avenidas, as favelas, nos deparamos com o descaso, sentimos na pele a insegurança e migramos de nossas casas que, quase sempre, estão muito distantes de onde estudamos ou trabalhamos.


                                                



   Fluxos nos faz enxergar o que é real e belo em si mesmo, independente do reconhecimento ou do valor por detrás. Brinca com nossos sentidos, expõe o cotidiano e nos faz enxergar de uma forma atípica aquilo que muitos de nós vemos todos os dias. Essa obra não buscou chamar a atenção da pobreza ou a tristeza das comunidades, ela apenas ressaltou o que há de mais carioca e, por isso, achamos especial.

Por: Gabriel Araújo, Gabriel Hanstenreiter, Marcelo Lavigne e Pedro Duque.

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