Com 40 anos de
carreira, Ivan Freitas foi um pintor e muralista autodidata que teve como sua
primeira referência seu pai, Severino Araújo, que também fazia suas pinturas em
muros. No inicio de sua trajetória como artista, Ivan influenciou-se pelo surrealismo
de Salvador Dalí e René Magritte. Por esse motivo, a abstração do inconsciente
pode ser visto em suas obras, assim como na que será abordada mais a frente da
leitura.
Mas foi quando
residiu temporariamente em Nova York que o paraibano mudou de forma
significativa seu estilo. Por estar rodeado de tecnologias que até então nunca
tinha visto, os mecanismos, a cinética e as luzes (somados à abstração de seu
início) vão possuir um papel importante nas obras de Ivan. Além disso, a
reflexão também passa a ser destacada em sua arte, conciliando-se perfeitamente
com a abordagem das luzes.
Obra de Ivan Freitas de 1998, "Paisagem Inverossímil" |
A obra em questão,
"Paisagem Inverossímil", é uma de suas peças que brinca com um jogo
de luzes semelhantes a um experimento físico que é a dispersão da luz branca,
descoberta por Isaac Newton e popularizado pela banda inglesa Pink Floyd. A comparação,
por mais que pareça abstrata, não é impossível. Tal toque de psicodélico na
obra é bem evidente e transmite um ar de extrema calma, algo como se estivesse
soando um cântico antigo de fundo desta paisagem, ao mesmo tempo em que ilustra
um monólito perdido no horizonte transformando uma refração de luz branca em um
leve arco-íris.
Capa do album "Dark side of the Moon" da banda Pink Floyd lançado em 1973 |
A obra é muito mais
do que ela mostra, ela utiliza da simplicidade e da abstração, no que pese a
falta de elementos narrativos que tragam de forma clara o objetivo e a história
retratada no quadro, para conduzir ao apreciador de arte a uma experiência
única, transcendente e belíssima.
Por: Enzo Santoro, Pedro Fernandes, Letícia Gomes, Mayke de Aquino e Julia Menezes.
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