Sonia Andrade é uma
artista brasileira que obteve o início da sua formação ao frequentar o atelie da artista Maria
Tereza Vieira. Considerada como umas das pioneiras da videoarte no país e com
trabalhos que associam feminismo , utilização de peças de arte pré existentes ,
humor e comentários políticos, Sonia, quebrou e quebra conceitos e códigos visuais determinados pelo
senso comum da sociedade artística.
Após 20 anos de
sua primeira mostra no MAM-Rio (Museu de arte moderna do Rio de Janeiro), a
artista volta ao museu com “...às contas”, uma instalação inédita criada para o
local. Constituído por 9 colunas (cada uma com cerca de 4 metros de altura)
feitas com contas de serviços básicos pagas e acumuladas entre 1969 e 2018 ,
como TV, telefone, gás, internet, celular e luz.
A obra é apresentada como “...uma
autobiografia possível que supõe a presença do corpo por meio de índices
oblíquos, isto é, todos os custos que tornaram possível sua sobrevivência.
Aqui, como em parte de sua produção nos últimos 50 anos, o corpo é colocado
como centro da ação.” Dessa forma, pode-se dizer que ao usar esse
material acumulado por todos esses anos , ela faz uma menção da impossibilidade
de se viver livre dessas contas, da perda de mobilidade e da escravidão submetida a essas despesas compulsórias . Sendo assim,
essas contas se tornam parte do indivíduo, marcando sua presença enquanto
“ser”. Logo, é uma materialização
artística do que uma pessoa paga para viver.
Além disso, é
bastante interesse ver os diferentes endereços de Sonia nas contas,
evidenciando a constante migração do ser humano. E, apesar dos diversos lugares
que a pessoa pode se encontrar, uma coisa é certa: existirão contas a pagar.
Por: Camila Carreiro, Francisco Kalume, Liz Cerqueira
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